Parlamentar explica que o Estado não foi contemplado com o aumento do preço mínimo.
Na sessão ordinária desta terça-feira (10), o deputado Ismael Crispin (PSB) fez uso da tribuna para afirmar que os rondonienses foram pegos de surpresa pela Portaria 66, de 3 de março de 2020, que definiu o preço mínimo do café conilon no Brasil. Foi concedido um aumento de 15,31%, com exceção de Rondônia.
“Venho de uma região onde se produz muito café. Em 2020 Rondônia disputa a 2ª colocação de produtor nacional com a Bahia. Diminuímos a quantidade de terra utilizada e ainda aumentamos a produção, e agora somos desprestigiados pelo Ministério da Agricultura”, afirmou o parlamentar.
Ismael Crispin disse ser impossível deixar de se indignar com a postura do Governo Brasileiro, através da portaria assinada pela ministra Tereza Cristina. Ele lembrou que o custo de produção de uma saca de café, segundo dados da Embrapa em 2017 chegava a R$ 198,00 e o atualizado hoje chega a R$209,00. Enquanto isso, o Ministério da Agricultura fixa o preço mínimo de R$ 210 para a saca em Rondônia. Para os demais Estados o preço mínimo ficou em R$ 242, o que beneficia o atravessador.
Para ele, é preciso erguer a voz em defesa dos produtores do Estado. O deputado afirmou que a Bancada Federal deve se posicionar, rejeitando totalmente a portaria do Ministério da Agricultura. “Queremos respeito ao produtor de Rondônia”, disse.
O parlamentar apontou ainda, que em resposta a portaria, a Câmara Setorial do Café de Rondônia, representante máxima de toda a cadeia produtiva da cultura no Estado, divulgou uma nota de contestação, em que discorda do preço mínimo estipulado para o café conilon/robusta de Rondônia e pede a revisão urgente dos valores. “Eles pediram também que seja estipulado no documento um ágio sobre o preço mínimo dos cafés produzidos, não apenas em Rondônia, mas em toda a região Amazônica”, finalizou Ismael.
Texto: Laila Moraes-ALE/RO